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Jeremy Stephens credita motivação extra para UFC à presença de ex-campeão nos treinos

Jeremy Stephens (à direita) não vence no UFC desde 2018 – Rigel Salazar

Sustentado por sua escalação para enfrentar Calvin Kattar no card principal do UFC 249, marcado para acontecer neste sábado (9), em Jacksonville (EUA), Jeremy Stephens concorda com a postura de Dana White – presidente da liga – de que o show deve voltar ao normal em meio à pandemia do novo coronavírus. Em conversa com a imprensa – com a presença da Ag. Fight – no media day virtual realizado nesta quinta-feira (7), o peso-pena (66 kg) admitiu que seu único momento de abalo durante esse período atípico surgiu enquanto realizava sua preparação, muitas vezes sozinho, devido às medidas preventivas adotadas para combater a propagação da COVID-19.

No entanto, isso mudou com a confirmação de que Dominick Cruz, seu companheiro de equipe na ‘Alliance MMA’ e amigo pessoal, disputaria o cinturão peso-galo (61 kg) contra Henry Cejudo, no co-main event do UFC 249. A partir desse momento, segundo Stephens, a presença do colega de time trouxe uma motivação extra para seus treinos. Empolgado com a participação de ambos no histórico card de retorno do Ultimate, o americano projeta que a dupla fará história ao sair vitoriosa de seus combates, especialmente pela magnitude do evento.

“Eu estava treinando sozinho por um tempo, e eu estava na casa dele para fazer uns exercícios de natação quando ele recebeu a ligação confirmando que ele iria enfrentar (Henry) Cejudo. Então, imediatamente ele embarcou no programa (de treinos) e, a partir daí, não era apenas eu sofrendo. Fica meio sombrio quando você está lá sozinho, fazendo esses treinos obscuros, entrando em forma. E quando você olha para o lado e vê um de seus melhores amigos sofrendo, com o que ele também está passando, isso adiciona um pouco mais de motivação, um pouco mais de paixão a isso. O fato de estarmos competindo e fazendo história aqui nesse evento é ainda mais significativo, vai ser ótimo quando nós sairmos vencedores desse COVID e desse evento especial do UFC 249”, contou Jeremy, antes de defender a decisão do UFC de voltar a promover seus eventos em meio à pandemia.

“Eu sou um desses caras que realmente não liga. Estou aqui para fazer meu trabalho, me apresentar e dar ao povo americano um pouco de diversão. Você tem que deixá-los saber que: ‘Hey, você tem que se arriscar, dar um passo fora da caixa’. O cara que fica em casa é um homem morto, você tem que se arriscar. É isso que o UFC está fazendo, está mostrando que o show continua, que você não pode parar, você não pode deixar isso te abalar, tem que estar à altura da ocasião. Nós vamos lá, alguns dos mais durões filhos da p*** desse card, alguns dos melhores do UFC, vamos provar para o povo americano que estamos aqui, que o show continua, que a vida continua e você deve seguir em frente e ser persistente”, apontou o americano.

Vindo de uma sequência negativa de três derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado), Jeremy Stephens busca voltar a vencer no octógono mais famoso do planeta, fato que não acontece desde fevereiro de 2018, quando nocauteou Josh Emmett. Assim como o rival, Calvin Kattar também busca a recuperação após ser superado por Zabit Magomedsharipov em sua última apresentação, no último mês de novembro, no UFC Rússia.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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